"A casa dos meus delírios literários"


Palavras escritas são como melodias perfeitas,
que precisam de ritmo
ou vão "gritar" aos ouvidos sem nada dizer.
- Kane Ryu


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domingo, 14 de março de 2010

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 03

Quando é dia, tudo que existisse em minha vida parece comum. Trabalhar, pagar as contas, se deliciar com pequenos prazeres, como a comida favorita... Porém, basta cair a noite, que um mundo completamente diferente surgem e nada mais faz sentido.


Segredo da Escuridão - Histórias Perdidas

Visita Noturna - parte 2




Depois de um bem-sucedido trabalho de investigação, que resultou em uma matéria com destaque na primeira página. Nada melhor que comemorar com pizza e cerveja. O que foi o suficiente para me apagar cedo... Infelizmente não faço o tipo muito resistente a bebida e mesmo que adore uma loira gelada, minha fraqueza sempre me leva a nocaute.

Falando em loira gelada, acordei no meio da noite, só então percebendo que havia dormido no sofá, muito mal acomodado. Enquanto massageava o meu pescoço dolorido, pelo mau jeito da posição em que dormi, uma música chegou aos meus ouvidos. O que era estranho, pois não me lembrava de ter ligado o som.
A música vinha da área dos quartos e fui até lá, constatando que a melodia com certeza vinha do meu quarto e não do vizinho.



A porta estava entreaberta. Empurrei um pouco, mas não entrei. Sendo o suficiente para deslumbrar minha loira gelada, em forma de vampira, no quarto. Definitivamente uma fraqueza, que sabia como me levar ao nocaute.

Ela não fazia o tipo vampira mulherão que se via nos filmes, pelo contrário. Minha vampira era baixinha, com a pele muito branca, feito porcelana e tinha longos cabelos loiros encacheados. Parecia mais uma anjo caído, que uma vampira. Se bem que um anjo não arrancaria a minha cabeça, mas ela podia, se quisesse.

Naquele momento, percebi que ela dançava, ao som de uma das minhas bandas de rock favoritas, minha atual música favorita. Mantendo os olhos fechados, a vampira bailava de uma forma incomum. Tinha dois leques prateados em mãos e seus movimentos eram ao mesmo tempo suaves e ágeis.

Em certos momentos lembravam aquelas exóticas danças japonesas, mas em outros parecia está fazendo algum treino de arte marcial. Indo dos movimentos extremamente lentos, para outros mais rápidos de uma forma surreal. Não sei explicar em palavras o que via. Só sei que o balé era exótico aos meus olhos e totalmente fascinante, especialmente quanto a escolha da música.

Eu nem conseguia piscar diante dos movimentos da vampira, que parecia ter me enfeitiçado. Afinal era a primeira vez que a via, como a vampira que era... Um anjo jamas dançaria de forma tão sedutora, é o que eu penso.

Os leques de cor prata que ela tinha em mãos, pareciam feitos de algum tipo de metal leve e eram movimentados com uma incrível agilidade, me admirando a cada novo movimento, por não cairem ou voarem longe. Sendo que sua cor incomum, fazia a cena ser mais surreal, até porque em dados momentos, quando fechados, pareciam espadas nas mãos da vampira.

Fiquei olhando fascinado. Imóvel ao batente da porta. Sem conseguir piscar, tamanha era minha admiração ao vê-la dançar.

E pelo restante do tempo em que durou a música, eu fiquei a observá-la em silêncio, apenas admirando sua beleza sobrenatural e sua dança exótica.

Eu estava tão perdido nos movimentos da vampira, que nem percebi que, apesar dos olhos fechados, ela se aproximava de onde eu estava a cada novo movimento. Tanto que, quando a música chegou ao fim, eu me vi surpreendido ao ter os leques próximos a minha garganta e a vampira em posição de ataque.

_ Deixa eu adivinhar? São afiados? _ eu disse olhando para os leques.

_ Poderia cortar sua cabeça.

_ Com leques? _ indaguei um tanto incrédulo.

Ela aproximou um pouco mais e senti as laminas geladas, as quais formavam os leques, em meu pescoço. Eram afiadas, sim, e muito.

_ Não gosto de ser espionada. _ disse afinal, tirando os leques do meu pescoço e os fechando com uma agilidade espantosa, quase no mesmo instante que os guardava em bolsos nas laterais de sua calça.

_ Você está na minha casa... No meu quarto!

_ Mesmo assim... Não devia ser tão curioso.

_ É a minha profissão.

_ Sempre esqueço disso... Alias, porque nunca quis me entrevistar? _ ela perguntou risonha.

_ Claro, depois lanço um livro.

Ela riu, divertida.

K.R.

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2 comentários:

  1. hahaha, adorei!! Você manda muito mesmo, adorei horrores! Essa menina me dá medo...rsrsrs!!

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