Isso sempre me acontecia quando era adolescente. Sonhos estranhos em terras distantes, as quais nunca coloquei os pés. Sonhos com pessoas "amigas", que eu nunca vi na vida... Foi então que comecei a sonhar com ela. Aquela que é a dona de um talento incrível, para me tirar o bom senso.
Se bem que vivem me dizendo, que eu não tenho bom senso algum. Se tivesse, não teria trocado uma única palavra com ela... Teria saído correndo, sem olhar para trás.
É, talvez eu não tenha mesmo bom senso algum, mas o que faria no meu lugar?
Segredo da Escuridão - Histórias Perdidas
Visita Noturna
Depois de um dia exaustivos, a única coisa que eu pensava era em dormir. Banho e cama, nem consegui comer.
Quando eu cheguei naquele estágio de sono que você confunde a realidade, com seus próprios sonhos, senti algo gélido tocar minha boca. Um doce aroma de perfume floral, rosas se não me engano, tomou conta de minhas narinas e meu lábio inferior foi "delicadamente" mordido.
Abri meus olhos, não pela mordida, que na verdade não havia doído lá essas coisas, estava mais para uma carícia de amante. Foi por pura curiosidade mesmo...
Curiosidade que, diz um velho ditado, "matou o gato". Era o que dizia minha avó e a sorte que sou um gato americano que tem 9 vidas, porque com certeza já gastei as 7 que os felinos brasileiros possuem. Nunca entendi essa história dos gatos americanos terem 9 vidas e os brasileiros terem só 7. Sacanagem!
Fui tirado do meu devaneio, quanto a injustiça cometida aos gatinhos brasileiros, quando percebi meu corpo gelado. Sentia frio e os pelos do meu corpo estavam todos arrepiados. Eu fitava o vulto com curiosidade e mesmo sem enxergar, eu logo a reconheci.
Sim, era ela. Lá estava a bela desconhecida de meus sonhos. Ela me fitava com um brilho estranho no olhar, como se os olhos azuis tivessem brilho próprio, até porque o quarto estava na penumbra, como eu podia enxergar seus olhos?
Estiquei o braço e acendi o abajur. Olhe a minha volta por um momento e constatei que estava em meu quarto, para só então voltar o olhar para minha visita noturna, com a qual compartilhava a cama.
_ Oi? _ eu disse em um tom inquisidor, fazendo-a sorri discretamente, sem deixar os dentes visíveis.
_ Oi... - disse ela, me beijando a boca com desejo.
Estremeci novamente, realmente sentia frio... Mas como? Era final de verão no Rio e estava um calor dos infernos, quando me deitei. Tanto que decidi dormir só de samba-canção.
Tornei a estremecer, ao sentir a mão gélida no meu peito nu e ela sorriu de satisfação, como se buscasse tal reação.
Dessa vez ela sorriu largamente. Um sorriso maroto, que revelou seus pequenos e ainda assim pontiagudos caninos, mostrando seu verdadeiro ser. Uma vampira.
_ Não devia falar com estranhos. _ disse ela num tom divertido, meio risonha, feito uma moleca pronta para aprontar alguma _ Sua mãe nunca te disse?
_ Você está na minha casa... E não é uma estranha.
_ Não?
_ Sempre sonho com você. _ eu disse surpreendendo-a e arrancando o sorriso de seu rosto.
A vampira se afastou e eu instintivamente a segurei, envolvendo-a pela cintura com meus braços, a tocando com uma intimidade, que até eu me surpreendi. Conhecia bem as curvas daquele corpo. Definitivamente já tinha estado com ela antes.
_ Não devia está falando comigo... _ disse a vampira, olhando em dúvida para os meus braços a envolve-la. _ E nem vou comentar isso.
_ Qual o problema de falar contigo?
_ O preço é alto.
_ Eu pago. _ disse sem hesitar.
_ Não tem mesmo noção do perigo, não é?
Ela me olhou com curiosidade e então se deixou puxar para perto, a fiz deitar na cama e a beijei demoradamente e então...
A droga do despertador tocou! E eu me vi sozinho em minha cama.
No entanto, o doce perfume floral da vampira, estava por todo o meu corpo.
K.R.
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Nossa...amei...maior clima de mistério!
ResponderExcluirNosso muito bom mesmo, parabéns pelo blog. Quando tiver um tempo faça uma visita ao meu cantinho.
ResponderExcluirBeijos