Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 01

Tem épocas que você para e não tem vontade de fazer nada. Em outras...

Vampiros, lobos, anjos, dragões... Todos parecem me perseguir a vida todo. Filmes, séries, livros... Sempre esbarrando com eles. E parece que não vão me deixar tão cedo.

O ano nem bem começou e a necessidade quase vital de escrever sobre eles continua. É como respirar, se não fizer... Morrerei.

Não sei se o que eu escrevo, é algo digno do Prêmio Pulitzer, ou do esquecimento... Só sei que preciso escrever. Idéias loucas, que precisam dar espaço a outras, ou a cabeça explode.

Nunca disse que a arte de escreve é meu dom, mas com certeza contar histórias está no meu sangue. Na minha família há histórias fantasmagóricas, dignas de um episódio com os irmãos Winchester (Série de TV 'Supernatural'). Histórias, que viram lendas de família, chegando aos ouvidos dos descendentes atuais, que vai de sinistra histórias de fantasmas a lobisomens. É sério! Onde ocorreram, ou com quem exatamente ocorreram, isso já se perdeu no tempo, logo é impossível saber se realmente aconteceram.

Só lamento não existir uma história de vampiro na lista... Ainda.


Segredo da Escuridão - Histórias Perdidas

A Vampira dos meus Sonhos

_ Porque você nunca tentou me morder? _ perguntei subitamente, parecendo pegá-la de surpresa.

_ Memória curta a sua...

_ Não estou falando quando está nesse seu estado... Alterado. Falo de nunca ter realmente pensado em me morder... E sei que suas ameaças não passam de brincadeiras.

_ Engraçado... Não é o que deixa transparecer, já que sempre se afasta temeroso.

Ela comenta sem olhar na minha direção, parecendo mais interessada nos desenhos do tapete persa que decorava o quarto.

_ Eu me afasto... Sei lá porquê!

Em um piscar de olhos, ela foi até onde eu estava sentado e se abaixou diante de mim, me olhando fixamente nos olhos, o que me deixou em alerta.

_ Se afasta porque sabe que não é brincadeira.



Ela deslizou as mãos pelas minhas pernas, subindo pelo meu abdomem, até encontrar meu pescoço e me abraçar. Ficando com o rosto a um palmo do meu, mas nada disse. Só sorriu de uma forma cordial, deixando seus caninos pontiagudos visíveis.

_ Nem uma pequena prova? _ eu insisti naquela conversa insana, sem pensar no que estava fazendo e na situação que estava provocando _ Sei bem que vocês tem o hábito de provar o sangue dos amantes...

_ Então é isso! _ ela disse me soltando bruscamente e se afastando.

_ O que sou para você? Um amiguinho? Um bichinho de estimação?

Levantei da cama e caminhe pelo quarto seguindo os seus passos, enquanto ela andava de um lado para o outro, como uma onça enjaulada.

_ Vamos. Diga! _ insisti.

_ Quer saber qual o seu problema? Falta de noção de perigo! Tem idéia do que está dizendo, ou só está falando sem pensar?

_ Ótimo, já vi tudo... Sou um maldito bichinho de estimação! _ eu disse com grande frustração, mas agora, pensando melhor, realmente não pensava no que estava falando.

Quando me dei conta, tinha sido jogado sobre a cama com violência e me encontrava imobilizado pelo corpo da bela vampira, que de frágil só tinha a aparência angelical. Era forte e não fazia esforço algum, ao me conter sob a cama.

_ Sabe porque não te provei? Realmente quer saber? _ ela perguntou me olhando profundamente, como se pudesse ver minha alma e seu olhar feros me fez estremecer.

_ Quero. _ disse, sustentando o olhar dela.

Ela aproximou a boca do meu pescoço, mas só como provocação, pois logo sussurrava em meu ouvido, de forma a me arrepiar todos os pêlos do corpo.

_ Porque tenha a certeza, que vou beber até a última gosta do seu sangue. Sem hesitar.

K.R.

Texto originalmente publicado em 10 de Janeiro de 2010 no Kane Ryu Liverjournal

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