"A casa dos meus delírios literários"


Palavras escritas são como melodias perfeitas,
que precisam de ritmo
ou vão "gritar" aos ouvidos sem nada dizer.
- Kane Ryu


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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 08

Muitas vezes é inevitável dois mundos se cruzarem. O problema é sempre quanto as consequências de tal acontecimento. Os traumas e choques que pode ocorrer. Algumas coisas são relevantes por um tempo, outras serão inesquecíveis e eternas... Mas nunca estamos preparado para as mudanças que vem com elas.


Segredo da Escuridão - Histórias Perdidas

Zack visita o Rio


A dois dias que Zack havia voltado, sabe-se lá de onde e Jessi não suportava mais o comportamento distante do vampiro. A caçadora estava preocupada com ele. (Ah, sim, Jessi é uma caçadora de vampiro e tecnicamente deveria estar caçando Zack, não se preocupando com ele.) Ela também sentia tanta falta de Zack perturbando-a às 2 da madrugada, que saiu para a aula aquela noite, decidida a interrogá-lo. Iria as aulas, pois não podia mais faltar, se quisesse manter o disfarce de aluna universitária, mas depois ia direto para o quarto de Zack ou o "caçaria" pela universidade. Não dormiria sem resposta aquela noite.



No entanto, não foi preciso muito, pois ao entra na sala, viu Zack sentado do lado oposto ao dela. E se irritou por não ter visto o vampiro antes, pois teria sentado perto dele. Agora era tarde, se levantasse e trocasse de lugar ia chamar a atenção. E era a última coisa que ela queria. Esperaria a aula terminar.

O vampiro estava estranho, com o olhar perdido, alheio a tudo e todos, inclusive Jessi. Isso desde que voltou da misteriosa viagem. Não só ele não ia perturbar o sono da caçadora, como pouco se falaram desde então... Se por um lado, Jessi havia ganhado mais alguns dias de sono tranquilo, se contar com os dias que Zack ficou fora. Por outro, Jessi não continha a curiosidade de saber, o motivo de Zack ter voltado daquele jeito. Se bem que mesmo não querendo admitir, a caçadora sentia muita falta do vampiro, em especial do sorriso maroto, que ela não via em seu rosto desde antes da viagem.

Sem paciência para esperar todas as aulas acabarem, para falar com Zack. Além de estar odiando continuar na ignorância, Jessi aproveitou o intervalo das aulas e o fato de Zack milagrosamente ter aparecido, para puxá-lo para um canto e perguntar:

_ O que está acontecendo com você?

Jessi não disfarçou a irritação diante da expressão de Zack... Ou melhor, da falta dela. Seu rosto parecia uma máscara.

_ Zack?! Está me assustando. _ diz Jessi com um misto de irritação e preocupação.

Como se saído de um transe, Zack finalmente olha para Jessi, como se acabasse de perceber sua presença.

_Lobisomens...

_ O que? Como assim? _ questionou Jessi, ficando mais irritada que preocupada agora _ Zack, se for mais uma de suas gracinhas...

_ Lobisomens existem.

_ Mas você disse...

_ Eu sei o que eu disse. _ diz Zack finalmente demonstrando alguma reação palpável, estava irritado.

_ Olha, ainda tenho aula... Não posso faltar. Te espero no meu quarto mais tarde. _ disse Jessi esperando pela piadinha maliciosa, que não veio e isso fez a caçadora voltar a se preocupar com ele.

Diferente do que Jessi pensava, Zack não disse nada além de um "Ok" e deixou ela seguir para a aula, sem mais nada a dizer.

* * * *

Já tinha passado das duas, faz tempo e a madrugada seguia. Por volta das três da manhã, Zack finalmente surgiu na janela de Jessi, mas mantendo a expressão distante.

_ Pensei que não viria. _ disse Jessi, cruzando os braços e fechando a cara, enquanto olhava Zack com atenção.

_ Se disse que eu vinha, é porque eu vinha. _ disse Zack friamente.

_ Tá, tá, tá... Vai. Desembucha logo. Que história foi aquela de "lobisomens existem"?

_ É que lobisomens existem? _ indagou o vampiro num tom divertido, diante da cara aborrecida de Jessi, finalmente dando "sinal de vida". (Metaforicamente falando, é claro.)

_ Zack!

_ O que?

_ Adoraria que não ficasse tirando uma com a minha cara.

_ Infelizmente não estou. _ disse Zack mantendo um meio sorriso nos lábios, mas com o olhar tristonho.

_ Você está muito estranho desde que fez essa misteriosa viagem...

_ Misteriosa? Eu fui ao Rio de Janeiro, só isso.

_ Então porque não me disse nada?

_ Estava com pressa.

_ E o que foi fazer lá com tanta pressa?

_ Visitar uma velha amiga.

_ Velha amiga? _ indaga Jessi tentando disfarçar a pontada de ciúmes que sentia _ Que tipo de velha amiga? De uns 800 anos, por exemplo.

_ Talvez. _ diz Zack olhando para Jessi, com curiosidade e um sorriso malicioso começou a se formar no rosto do vampiro.

_ Sei... _ disse Jessi tentando não demonstrar seus sentimentos, sem sucesso.

_ Ciúmes, minha Safadinha?

_ Senti sua falta... _ disse Jessi em voz alta sem perceber _ Eu disse isso alto?

_ Disse. _ respondeu Zack risonho.

_ Droga! _ disse Jessi evitando olha para Zack, tentando ignorar o sorriso safado do vampiro, enquanto corava envergonhada.

_ Então está com ciúmes...

_ Claro que não! _ Jessi se apressou a dizer _ Você viaja para visitar uma "velha amiga" e volta super estranho... E por que eu ficaria com ciúmes? _ a caçadora desejou ter ficado cala, mas não era de sua natureza.

No entanto, não iria desistir do interrogatório. Por isso, Jessi ergueu a cabeça como uma rainha e encarou Zack séria, mesmo que seu rosto pegasse fogo, indicando que devia estar ainda muito corada.

_ Vamos, vai dizer ou não o que foi isso de "lobisomens existem"... E o que essa sua "velha amiga" tem a ver com essa história toda?

Zack deixa um meio sorriso surgir no canto da boca e Jessi se apressou a dizer:

_ E se repetir o que estou falando em forma de pergunta, juro que hoje eu enfio uma estaca no seu coração.

_ Ok, sem violência! _ disse Zack sorrindo divertido, finalmente voltando a velha forma.

_ Sério, Zack. Fala o que aconteceu... Deve ter sido algo sério, ou não teria ficado estranho por tanto tempo.

Zack suspirou vencido, ela não iria desistir e não podia continuar evitando-a, não se quisesse continuar na Universidade de Pensilvânia. Então Zack começou a falar sobre uma certa "agitação" no mundo vampiresco.

_ Mundo vampiresco? Para tudo! _ disse Jessi incrédula (para variar) _ Mundo vampiresco? Tipo uma sociedade?

_ Claro.

_ Tipo com regras a serem seguidas, como as humanas?

_ Sim.

_ Vampiros seguindo regras? É sério? Parece coisa daqueles jogos de... Hum...

_ RPG?

_ Isso!

_ O que pensou, Jessi, que vampiros são um bando de monstros sanguinários como os de filmes... Se bem que alguns são sim... Em fim, o fato é...

Zack fez uma pausa dramática, buscando um tom solene e Jessi fez careta tipo "eu mereço".

_ Vai falar ou vai continuar me enrolando? _ disse Jessi vendo que Zack realmente estava hesitando em falar, deixando-a ainda mais curiosa.

Ela só queria saber o motivo que fazia o vampiro, está tão hesitante em comentar o que aconteceu no Rio de Janeiro... O que teria acontecido lá entre ele e a tal "velha amiga"... E só de pensar em Zack junto de uma vampira, Jessi sentia uma gana assassina tomar conta dela. Afinal, ela podia não conseguir caçar Zack, mas será que isso se aplicava a alguma vamp "amiguinha" do vampiro?

Jessi continua a encarar Zack, esperando explicações. Sem alternativa, o vampiro explicou que foi ao Rio, onde a amiga dele mora atualmente, para saber com ela sobre o que andava acontecendo no mundo... Dos vampiros. Se tinha algum motivo para ficar preocupado...

_ E porque tinha que ir procurar essa sua amiga? Não tem outra forma de se informar? Internet, por exemplo?

_ Primeiro, nem todo vampiro se dá bem com tecnologia humana.

_ Telefone?

_ Em segundo... _ continuou Zack ignorando a pergunta de Jessi _ Porque ela é mais velha e a única que eu conheço...

_ Pensei que fosse um dos mais velhos.

_ E sou, não é qualquer vampiro que chega aos 800 anos, afinal de contas. Só que ela é bem mais velha que eu.

_ Mais velha quanto?

_ Não sei, deve ter o dobro da minha idade, talvez o triplo... Ela nunca me falou.

_ O que?! Como assim? _ disse Jessi praticamente engasgando com o ar.

A caçadora riu e não resistindo a um comentário maldoso, disse:

_ Vampira da terceira idade?

_ Jessi, eu não aconselharia a brincar assim perto de uma vampira com mais de 2 mil anos.

_ E por quê? _ indaga Jessi, ainda se divertido com a idéia de uma vampira de terceira idade, imaginando-a como uma velha decrépita.

_ Ela provavelmente arrancaria sua língua.

Jessi arregalou os olhos, assustada, fazendo Zack sorri divertido.

_ Jessi, mulheres vampiras não são tão diferentes das humanas, até porque já fora humanas em algum dia em suas vidas, ou seja...

_ Também não gostam de serem chamadas de velhas.

_ Exato. E eu não diria que ela é da terceira idade, está mais para uma vampira adulta, se for fazer uma comparação com as estimativas humanas.

_ Sério? Então existem vampiros mais velhos que ela?

_ Eu nunca vi, mas é o que dizem.

_ Como os lobisomens?

_ É, estou começando a repensar certos conceitos depois disso.

_ Espera um pouco, se ela seria uma vampira adulta e você tem só 800 anos...

_ Agora é "só 800 anos"?

Jessi sorriu, diante do tom indignado de Zack, que a incentivou a continuou a falar sem se abalar. Não ia perder a chance de tirar uma com a cara dele, só para variar.

_ "Tecnicamente" isso te faz um vampiro adolescente.

_ Muito engraçado, Jessi.

_ Você é adolescente!

_ Então "tecnicamente" você é papa-anjo.

Jessi engoliu o riso e encarou Zack com olhar assassino, o qual sorria triunfante. A caçadora pensou frustrada, nos motivos do vampiro não deixá-la ganhar uma única vez e porque ela não fazia jus ao dinheiro que ganha e acabar com a raça dele ali e agora.

_ Quer saber o resto da história, ou posso ir?

_ Fala.

_ Vai parar de me interromper?

_ Vou. _ disse Jessi cabisbaixa.

Com a promessa de não haver interrupção, Zack conta que foi até o Brasil, na casa dessa amiga, pois é a única que podia saber algo e contar a verdade. (Se tem uma coisa que eu percebi, é que vampiros são seres desconfiados por natureza. Precisam, ou não sobreviveriam através dos séculos.)

Zack explica a Jessi, que no que diz respeito a própria espécie, é difícil vampiros confiarem uns nos outros. Se não tivessem uma ligação sanguínea então, era ainda mais complicado uma convivência.

Jessi ficou tentada em perguntar o que ele queria dizer com ligação sanguínea, sem contar que a língua coçou, ao pensar que o Rio de Janeiro, a bela e ensolarada cidade maravilhosa, não parecia ser um lugar adequando para seres que tem problemas com o sol. Só que Zack a olhou com cara de "se me interromper, eu vou embora" e ela engoliu a pergunta e o comentário a seco.

O vampiro fala que ao chegar a casa da amiga, ficou preocupado por encontrar dois jovens homens humanos no lugar. Eu sendo um deles. Porque humano na casa de um vampiro, em geral, nunca era um bom sinal.

Ele não sabia que Ben e eu éramos, digamos “amigos da família”.

Diante de nossa presença, Zack ficou visivelmente irritado e talvez um pouco temeroso. Não por ele, mas ao pensar que tivéssemos feito algo com sua amiga. O que significava que íamos pagar com nossas vidas.

_ Quem são vocês? _ disse Zack entrando na sala do apartamento, com cara de poucos amigos.

_ Eu que pergunto? _ disse Ben falando cheio de pose ao fechar a cara.

Zack imaginou logo que Ben devia ter no máximo uns 25 anos, mesmo que nós dois tivéssemos aparência bem jovem. Vampiros sabem ver nos olhos essas coisas. Já eu, ele acertou em cheio que era mais velho, uns 5 a 10 anos, não que isso signifique que fosse mais prudente que Ben, mas era “maduro”. Bom, pelo menos o suficiente para não querer encarar um vampiro desconhecido, como meu jovem amigo fazia.

_ Ben, ele é um vampiro? _ disse Charlotte entrando na sala, com uma cara de quem dizia algo como “oi, prazer em vê-lo”.

Zack fez questão de enfatizar para Jessi, o fato de Charlotte ser um ruiva de matar. E diante do olhar fuzilante da caçadora, o vampiro não resistiu e logo Zack estava a dar detalhando de cada curva da ruiva. Falando do quanto seu corpo era perfeito, até que Jessi ficasse com o rosto tão vermelho, quanto os cabelos, de tanto ciúmes. Satisfeito com a reação da caçadora, o vampiro continuou a história.

_ Vampiro? E daí? _ disse Ben olhando para Zack sem medo (E depois quem tinha fama de não ter bom senso era eu).

_ E daí, é que estamos sem apoio vampiresco no momento? _ eu disse, me arrepiando ao ver o sorriso de satisfação, que surgia no rosto de Zack.

“Boca grande a minha!”, pensei.

Zack sorriu deixando os caninos surgirem ameaçadores, fazendo eu e Ben tremer na base. Já Charlotte, para variar, não parecia abalada, pelo contrário observava o vampiro com toda atenção... Percorrendo todo o corpo de Zack com um olhar muito mal-intencionado, fazendo o vampiro ficar surpreso e interessado. Isso me fez pensar, quanto tempo demoraria para Ben pular no pescoço do vampiro, enciumado. Tal reação, em relação a Charlotte, não passou despercebida aos olhos de Zack e não foi difícil o vampiro sacar o ciúme de Ben.

_ Então o que faz aqui? _ perguntou Charlotte afinal, ignorando o olhar de Ben, que faísca de ciúmes.

_ Eu procuro uma amiga, a dona da casa.

Ok, foi a minha vez de deixar visível um brilho assassino no olhar. Afinal, o que aquele vampiro queria com a minha vampira?! Zack sorriu olhando na minha direção, claro que ele saco rapidamente quem eu era, provavelmente pensando maldosamente que sua amiga tinha um brinquedo novo. E o vampiro não quis perder a chance de se divertir um pouco com nos três, especialmente porque estava muito a fim de tirar o sorriso seguro do rosto de Charlotte. Tenho certeza, pois a olhava fixamente com cara de lobo mau.

_ E vocês, quem são? _ perguntou Zack mantendo uma posição de caçador pronto para atacar a presa.

_ Amigos da dona da casa. _ eu afirmei.

_ Desde quando vampiro tem amigos humanos.

_ Bom, ele está mais para namorado. _ disse Ben, que, assim como Jessi, não era muito bom para manter a boca fechada.

_ Ben, cala a boca. _ disse a ruiva demonstrando preocupação finalmente e fazendo Zack sorri deliciado.

_ Humanos servem só para uma coisa... _ Zack disse, sorrindo diabolicamente, enquanto olhava Charlotte maliciosamente _ Mas tem quem goste de bichinhos de estimação.

Jessi ia falar algo, mas Zack fez sinal para ela se calar e continuou falando.

As palavras atingiram tanto eu, quanto a Ben com uma violência quase física e nos dois ficaram em guarda. Zack, apesar da aparente boa pinta, sabia fazer você sentir medo dele, quando queria. Nossa sorte foi que Charlotte não se intimidava com facilidade e se colocou entre nós e Zack e isso espanto o vampiro; já que a ruiva sorriu de forma tão ameaçadora e ao mesmo tempo sensual diante da ameaça, que ele pareceu esquecer de nós dois na sala.

Mesmo diante do olhar assassino de Jessi, por conta do último comentário, Zack não parou de falar. Sendo que teve que desviar do travesseiro que Jessi jogou contra ele, o qual voou pela janela, como já tinha ocorrido antes. Jessi não disse nada e o vampiro sorriu divertido, enquanto continuar a história.

_ Quem disse que sou humana? _ disse Charlotte afinal.

Quem fazia cara de lobo mau agora não era o vampiro, posso garantir e Charlotte analisou atentamente a reação de Zack, a sua afirmação, antes de continuar:

_ Mortal até sou, mas muito mais forte e resistente que um humano... Então, por favor, não me ofenda me chamando de humana.

_ Hey! _ eu e Ben exclamaram juntos, indignados com tal comentário, o que fez Charlotte sorrir divertida.

Jessi fez uma careta e não precisava ler a mente dela para saber o que pensava, algo como "uma garota com o senso de humor irritante do Zack, era só o que faltava".

A caçadora bufou irritada, quando Zack continuou a história, revelando que a ruiva tinha piscado sorridente na direção dele, logo após o comentário, e que ele retribuiu o sorriso.

A descontração daquela mulher diante do vampiro, fez Zack ri sem querer e desistir de seus planos de perturbar nós três.

_ Certo, vocês são amigos da família. Mas e você? _ Zack quis saber, olhando para a ruiva com admiração e curiosidade _ Se não é humana, o que é afinal?

_ Lobisomem... Uma garota lobo.

_ Lobisgirl?! Não... _ disse Zack incrédulo _ Lobisomens não existem!

_ Nem vampiros. _ retrucou Charlotte.

_ Bom ponto de vista.

Depois do choque inicial, Zack até saiu conosco para um passeio pela noite carioca, mas ficava olhando para Charlotte, volta e meia, ainda incrédulo com a história dela ser uma lobisgirl. O vampiro não conseguia acreditar no que ela era, pois não podia ser real a existências de lobisomens. Devia ser brincadeira.

_ Não acredita, não é? _ disse a ruiva se aproximando de Zack, ignorando a cara feia de Ben.

_ Não me leve a mal, mas lobisomen? Parece mesmo coisa de livro adolescente...

Eu tive que ri, na verdade dei uma boa gargalhada, pois sabia bem de que livro adolescente ele falava, o qual já havia gerado muitos comentários entre os vampiros ultimamente.

_ Certo, eu sei que você não deve brilhar de dia, mas isso não quer dizer que lobisomens sejam delírios de mentes criativas... Sabe, Zack, muitas vezes as histórias tem um fundo de verdade. _ disse Charlotte se aproximando charmosamente do vampiro.

Zack parecia pensar a respeito, enquanto olhava para Charlotte com atenção, mas não disse nada. Sendo que não parecia convencido, ou havia se distraído com a beleza da ruiva. O que a fez sorri, diante da relutância do vampiro em acreditar nela.

Era madrugada, estavam na praia e o tempo era frio. Resumindo, carioca que se preze estava dentro de casa. Então antes mesmo de Ben conseguir protestar, Charlotte deixou seu vestido ir ao chão, ficando completamente nua diante de Zack, que olhou admirado para a beleza da mulher a sua frente.

_ ELA FICOU NUA!!! _ exclamou Jessi num tom irado.

A exclamação revoltada de Jessi, foi semelhante ao "não faça isso", que Ben gritou, segundos antes de Charlote se tornar um belo lobo com pelos castanhos avermelhados.

Zack caiu sentado na areia. Tamanho o susto e ficou encarando a fera, que vinha em sua direção, mostrando os dentes de forma ameaçadora. Para então dar uma lambida no rosto do vampiro.

_ Ok, Charlotte, para já com isso! _ disse Ben, fazendo sinal para ela se afastar do vampiro, como um dono superprotetor faria com um filhote travesso.

Momentos depois, Zack escuta Charlotte dizer:

_ Não me chame de Charlotte!

Fazendo Zack voltar a olhar na direção dela, vendo-a já na forma humana e as gargalhadas. Apesar do protesto quanto ao nome, não parecia aborrecida, pelo contrário.

_ Zack, tinha que ver a sua cara! _ exclamou ela, ainda rindo e completamente nua.

Ben tentava ficar entre o campo de visão de Zack e Charlotte, enquanto estendia a ela o vestido, que ele pegou do chão, querendo que a ruiva o vestisse o mais rápido possível. O que Charlotte parecia não querer, pois parecia muito a vontade em ficar nua em público. O que, provavelmente, fez Zack desconfiar, que não devia ser a primeira vez que ela fazia aquilo.

_ Mas também com aquele corpo, quem ia ligar de vê-la como veio ao mundo... _ diz Zack, finalizando a história ali.

Dessa vez Jessi jogou a bolsa Prada, que Zack habilmente desviou e deixou voar pela janela.

_ Minha bolsa! _ disse Jessi correndo para a janela e sendo agarrada por Zack no percurso.

_ Eu vou pegar. _ disse Zack olhando para Jessi carinhosamente _ Não fica com ciúmes.

_ Não estou com ciúmes.

_ Sei...

_ Porque não morre... De vez.

Zack sorriu divertido e sumiu diante dos olhos da caçadora, mais rápido que uma bala, voltando a seguir com a bolsa e o travesseiro de Jessi.

_ Se jogar outra vez, não vou pegar. _ disse Zack devolvendo as coisas de Jessi, que abraçou a bolsa como se fosse um bebê recém nascido.

_ Então o choque foi por saber que lobisomens realmente existem, não por... Pela...

_ Pela ruiva de corpo maravilhoso nua na praia?

_ É... _ disse Jessi seca.

_ Talvez os dois.

Antes de Jessi tacar a bolsa Prada em suas mãos, Zack disse:

_ Não vou pegar dessa vez.

Jessi desistiu do ataque.

_ Acho que de agora em diante, vou me informar melhor, antes de dizer que algo não existe, só porque eu nunca vi...

Zack arregalou os olhos, diante do sorriso que Jessi deixou surgir em seu rosto.

_ E se vampiros brilhantes existirem? _ indagou Jessi com um prazer quase diábolico.

_ Não, Jessi, isso não! _ disse Zack sem querer sequer pensar no assunto.

K.R.

Nota: Esse conto é especial, pois é um crossover do meu universo, com o da autora Vivianne Fair , além de uma homenagem a uma das minhas autoras favoritas. Não resistindo a tentação, após ler o primeiro conto de 'Jessi e Zack', personagens dos livros 'A Caçadora'. Porém só estou postando, depois do conto ser lido e aprovado por Vivianne Fair, é claro! E quem quiser conhecer um pouco mais sobre Charlotte e Ben, assista o video do audioconto Segredo da Escuridão - Uma Nova Tradição.

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7 comentários:

  1. Nem preciso dizer que adorei, né?? Super aprovado! rsrs! A personalidade dos dois está super bem retratada! rsrs!

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  2. Não imagina o quanto me enche de satisfação saber isso. :D

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  3. kkkkkk'
    Adorei o conto, Kane!!
    Ficou muito bom, Parabéns!! ^^

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  4. Puxa...nunca havia pensado na palavra lobisgirl...rsrs...adorei a história!!!

    Vi, não tô te traindo não...rsrs..

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  5. Ahhh Zack! Malvadeza com a Jessi!!!

    Amei o conto!!!

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