"A casa dos meus delírios literários"


Palavras escritas são como melodias perfeitas,
que precisam de ritmo
ou vão "gritar" aos ouvidos sem nada dizer.
- Kane Ryu


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domingo, 5 de agosto de 2012

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 19


Quando entrei no meu apartamento aquela noite, fui pego de surpresa ao dar de cara não só com Beatrice, que praticamente estava morando comigo a mais de um mês, mas por encontrar a Gangue das Presas quase completa na minha sala.

_ Acho que vocês erraram o prédio... Tipo alguns quilometros. _ eu comentei fechando a porta, após me certificar que não havia ninguém pelo corredor, só para ter certeza que nenhum vizinho estava por perto _ Vocês moram na Zona Sul, esqueceram? Naquele prédio assombrado em Copacabana.

Beatrice, que tinha uma expressão muito aborrecida devo ressalta, olhou na minha direção por um momento e voltou a encarar o laptop que estava na mesinha de centro da minha sala.

_ Devia lembrar a Beatrice disso, Kane, pois se ela tivesse voltado para casa nas últimas semanas, nós não teríamos invadido seu apê. _ falou Lipe sério, mas parecia está contendo uma louca vontade de ri.

O vampiro olhava para o monitor do laptop diante dele, que o irmão gêmeo, Cris, usava com uma impressionante habilidade.

_ E o que de tão grave aconteceu, para fazer todos virem até meu humilde lar?! _ exclamei ficando preocupado.

_ Antes fosse algo grave! _ diz Beatrice revirando olhos, nada contente.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 18

"O que VOCÊ fez?"

Beatrice me perguntou e eu gelei. O que eu fiz? O meu silêncio só a fez desconfiar ainda mais.

Eu tentava pensar em algo, mas era difícil com ela a me olhar com tanta intensidade.

Quando Beatrice usou sua super-velocidade para ficar cara a cara, acabou. Não tinha como fugir da questão. Tinha que contar a verdade... Quer dizer, não tinha, mas na falta de uma boa mentira, era o que me restava. Porém ela me surpreendeu "adivinhando" o que fiz.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 17

_ Pergunta. _ falou Beatrice finalmente.

Já estavamos naquela "brincadeira" a pouco mais de uma semana. Desde que seu criador veio vê-la que estava estranha. Ela ia ao meu quarto enquanto eu dormia, ou melhor fingia, e andava de um lado ao outro, olhando e tocando meus pertencem em meio a escuridão. Eu só percebia o vulto indo e vindo, graças a luz da janela de vidro que entrava pelas frestas da cortina, mas ela via bem no escuro, era um vampira. Quando o vulto se aproximava da cama, onde eu me encontrava, fechava os olhos e me mantinha assim. Ela sentava ao meu lado na cama e então tocava meu rosto e cabelos com carinho e a carícia me fazia dormir. Ao acordar, sempre num sobressalto, eu a procurava em meio a escuridão, acendia o abajur e constatava que estava sozinho. Teria sonhado com ela, ou teria mesmo vindo? Se tratando de Beatrice, sempre ficava na dúvida.

Hoje não foi diferente, mas dessa vez eu não dormi enquando ela acariciava meu cabelo. Me obriguei a ficar acordado, mas não esperava que ela tivesse percebido que não dormia. Ela dizia que nunca pode ler meus pensamentos e novamente a dúvida me tomou por inteiro.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 16

Beatrice sempre me diz que se tem uma coisa que nunca muda, é o risco da humanidade descobrir aqueles que fazem parte da Sociedade das Sombras. Porque humanos que sabem o segredo da escuridão é algo que acontece frequentemente, se eles ficarão vivos é outra história.

O risco de serem expostos já é algo raro, pois sempre tomam muito cuidado, mas chegaram perto do caos algumas vezes. Nesses tempos negros, a união de todos os seres das sombras era vital, fosse seres que viviam em comunidades, em casais ou mesmo no isolamento. Por isso era comum os mais antigos criarem um elo de ligação com os jovens que morassem em seus domínios e alguns gostavam tanto do "trabalho", que era comum organizarem reuniões ou mesmo festas para reunir à todos. Fossem vampiros, lobos e todos os seres que viviam ocultos na escuridão.

Claro que, como em toda grande família, sempre tinham os entes queridos e os desafetos, o tio chato, a prima popular, a tia fofoqueira, ou mesmo aquele primo que sempre dizia que ia e nunca aparecia... E lá estava eu, em uma dessas festas cheia de seres que para o resto do mundo não passavam de lendas fantásticas, como minha amada vampira Beatrice.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 15

A partir desse ano vou usar o tag "curiosidade" com maior frequência, para conhecerem um pouco do universo de 'Segredo da Escuridão'.


Curiosidades do Mundo dos Vampiros II

Começando com um aviso, não sou o único louco que escreve sobre tão perigoso segredo. Tenho uma amiga, a E.H.Mattos, que também escreve sobre os mesmos vampiros e seres sobrenaturais. Só que Mattos tem um talento para escrever coisas um tanto mais... Digamos, "Sombrias" e por isso o nome do blog é: Segredo da Escuridão - Contos Sombrios (http://segredodaescuridaocontossombrios.blogspot.com)

Quem lê meu Livejournal, já conhece "A história de Romeu e Julieta que Shakespeare não ousaria contar", escrita por Mattos, a qual eu transcrevi com sua permissão. E depois de alguns pedidos e muita insistencia, eu consegui convencê-la de fazer um blog para divulgar outros contos. Ela topou, mas por não ser muito fã de pcs, só aceitou a ideia do blog, se eu ficasse encarregado de postá-los... Ou ela simplesmente não quer se encrencar sozinha. Porque o fato de escrevemos sobre o 'Segredo da Escuridão', significa que estamos sendo vigiados permanentemente pela Sociedade das Sombras. Então, se eu sumir, é porque fizemos algo imperdoável.

Se bem que sair por ai falando dos seres ocultos nas sombras, já é por si só algo imperdoável... Mas eu e Mattos temos nossos contatos, então ainda estamos vivos por conta disso.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 14

Sabe aquele negócio de vampiros e lobisomens terem olfato apurado ser muito constrangedor, especialmente em algumas situações? Quando o assunto é só lobos, fica só no constrangedor, afinal um lobo vai te achar fedorento e simplesmente se afastar, ou te zoar se for mais íntimo. O problema é quando topa com um vampiro.

Lobos são seres territoriais e por isso vivem geralmente em comunidades afastadas, indo as cidades humanas eventualmente. Já o instinto territorial dos vampiros parecem mais com os dos colonizadores portugueses quando chegaram no Brasil e encontraram os índios, ou da Máfia. Ou seja, coitado de quem se meter com eles.

Eu, claro, descobri isso da pior forma possível. Sou nascido e criado no Rio, mais especificamente em Jacarepaguá. Vi as dunas da Barra assim como a inauguração do primeiro shopping. Minha família morou por muito tempo em um apartamento em um dos bairros pertencente a velha fazenda que existiu na região. Quando meu pai morreu, minha mãe mudou para Copacabana e eu fiquei no apartamento. Adoro Jacarepaguá.

Como morava sozinho, não podia me dar ao luxo de perder meu emprego e por isso sempre sobrava os piores trabalhos no jornal. Por isso, todo fim de ano era a mesma coisa, meu chefe me "presenteava" com um convite para uma festa vip de celebridades que eu simplesmente odiavar ter que ir. Só que o "presente" não tinha como devolver, pois se eu não escrevesse uma matéria sobre as fofocas que rolaram na festa, era rua. E como não era minha área no jornal, meu chefe arrumou um pseudônimo feminino, para ter "credibilidade". O que era ótimo, afinal eu não queria ter meu nome em tal tipo de matéria.

Foi em uma dessas festas de fim de ano que descobri o quanto pode ser perigoso ter o cheio de vampiro. Um vampiro tem poderes e como humano, eu tinha só um pescoço para arriscar.

Eu cobria um evento de uma TV local para o jornal e o evento me irritava mais do que eu podia disfarçar. Eu, sinceramente, preferia um livro a TV, especialmente com a programação da época, repleta de reality show e programas repetitivos e tediosos.

Estava na festa contrariado e o que era ruim, se tornou insuportável. Eu tentava prestar atenção em algo. Um escândalo que fosse, para deixar meu chefe feliz e ir embora, mas nada acontecia na festa e foi naquele momento que eu vi um morena de fechar a Sapucaí.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 13

O que temos por céu e por inferno é uma metáfora para nossas almas conflitantes. Dentro de nós temos a luz e a escuridão. Somos anjos e demônios, mensageiros e gênios da criação. Então como saber o que é certo e o que é errado? Simples, é só seguir o coração. Não adianta seguir costumes. Não adianta seguir os instintos. Não adianta se rebelar contra o sistema. É preciso acreditar e amar intensamente suas convicções.

A sintonia entre dois seres é igual. Quando dois corações entram em uma sintonia perfeita, ela nunca será quebra. Paixões avassaladoras são como tempestades, vem e vão. Amar é simplesmente estar ao lado de alguém, apenas para ver essa pessoa sorrir.

O céu vermelho indicava o inverno chegando novamente. Em Resende o frio era intenso e a noite já obrigava o uso de casacos para sair, pois a cidade fazia parte da região serrana do estado do Rio de Janeiro.

Já havia passado meses desde que Charlotte tinha visto Ben pela última vez. No entanto, uma certa desolação tomava conta do coração da lobisgirl, diante daquele crepúsculo vermelho. Eu a encontrei na janela de casa olhando o céu, com olhar perdido. Era visível que ela se sentia arrependida por sua escolha. Se afastar de Ben foi a coisa mais difícil que teve que fazer e se manter longe era ainda pior. Porém situações extremas pedem medidas igualmente radicais. Ben havia sido jogado em meio ao mundo das sombras e descobrir o segredo da escuridão nunca era fácil para um humano.

sábado, 16 de outubro de 2010

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 12

"O mundo real é algo inventado pela humanidade para explicar o inexplicado, que varia com a época, com os pontos de vista e com as coisas que temos coragem em dizer em voz alta." - Kane Ryu


Quando ele entrou, atrasado ao encontro, foi impossível não reparta nele. Afinal, era um tipo não muito comum no Rio. Loiro, alto de olhos azuis, uns 20 anos, cara de garoto maroto e um sorriso de derreter iceberg.

O encontro de fãs de E.H.Mattos tinha tipos bem variados e de faixas de idade diversas também. A autora escrevia para um público bem diversificado, já que em seus livros havia ação, romance, conflitos, histórias triste e outras mais felizes. Era difícil alguém que gostasse de literatura fantástica resistir as histórias da autora, sempre encontrava algo que o fazia querer ler mais. Fosse um personagem interessante, ou uma trama em particular. Sem contar as histórias de conspiração como subtexto, que trouxe fãs incomuns para o fandom de Mattos. Alguns juravam que a sociedade dos vampiros, mencionada nos livros de E.H.Mattos, era real... O fandom de Arquivo X, é claro, o qual ficou órfã e tinha achado nos livros da autora, um novo lugar para debater as conspirações. Os excers são legais, mas meio paranóica com essas coisas de conspiração. Eu particularmente acho que se vampiros existissem, já teríamos trombado com algum. Se bem que, provavelmente, quem trombasse com um não iria conseguir contar a história. Afinal alguns tinham a capacidade de apagar a mente alheia. Mas também tinha a possibilidade de não sobreviver ao encontro... Será que os excers tem razão?

domingo, 3 de outubro de 2010

Segredo da Escuridão: Histórias Perdidas 11

"O limite do que é real e do que não é, está nos olhos de quem vê." - Kane Ryu


Quando entrei no meu quarto de hotel, estava tão feliz e distraída, que só percebi que não estava sozinha, depois que passei a chave na porta.

Se fosse apenas um homem, provavelmente eu teria tempo de abri a porta e sai correndo pelo corredor. Afinal não seria idiota de parar e perguntar “quem é?” como as mocinhas de filme de terror costumam fazer... As que morrem, devo ressaltar. Só que ele era um vampiro e num piscar de olhos, lá estava, parado as minhas costas, me impedindo de virar a chave e sair do quarto.

_ Sabe quem sou, não seja tola. _ o vampiro sussurro no meu ouvido me causando arrepios.